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quinta-feira, 10 de março de 2011

PARA INICIAR UM TRABALHO COM CIÊNCIAS

RELATO DE PRÁTICA:
compartilhando uma experiência de ensino de Ciências na Educação Infantil 

Ano: 2004
Instituição: Centro de Desenvolvimento da Criança (CDC/UFMG) - antiga creche da UFMG
Professora: Viviane Machado Silva Ribeiro
Série: 1º ano/9

Por quê trabalhar com Projetos?


Na minha prática trabalho com Projetos pois acredito que trata-se de uma proposta dinâmica que  motiva e desafia  não só as crianças, mas também a professora e as famílias. Durante a realização de um projeto, por exemplo, as crianças tem opções de escolha; abertura para tomar decisões com comprometimento, responsabilidade, são estimuladas a pesquisar, levantar hipóteses, dialogar, argumentar, defendendo suas idéias e construindo novos conhecimentos. Ou seja, elas participam ATIVAMENTE, do seu próprio processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, a aprendizagem se torna mais  SIGNIFICATIVA.

Na minha opinião o Professor tem uma papel fundamental, não só de MEDIADOR, mas de MOTIVADOR, pois o envolvimento do aluno, dependerá da forma como ele será estimulado e dos desafios que serão propostos. Cabe à professora motivar, disponibilizar materiais, fontes de pesquisa, ajudando os alunos a encontrarem respostas para as suas dúvidas. Não cabe, nesta metodologia, dar respostas prontas, mas estimular o aluno a fazer perguntas, a buscar respostas e a construir novos conhecimentos. E acredito que o sucesso do projeto depende diretamente no nível de motivação da professora, pois a forma como ela conduz o projeto é que determina o envolvimento dos alunos e suas famílias e até mesmo a comunidade escolar.  Na Educação infantil, por exemplo, é fundamental que as famílias sejam envolvidas, pois as crianças  dependem dos adultos para muitas  tarefas (pesquisa,  registro, seleção de materiais, etc.). 

A escolha do Tema: Ciências


No início do ano de 2004,  fizemos a seguinte avaliação: quando as crianças são questionadas sobre o quê querem estudar quase sempre ouvimos as mesmas respostas (animais, dinossauros, histórias, brincadeiras, etc.) e os projetos acabam sendo um pouco repetitivos. Então, no sentido de inovar decidimos que o tema de estudo CIÊNCIAS seria introduzido por nós educadoras. O que significou despertar o interesse, a curiosidade e a vontade de saber mais sobre as coisas e não uma imposição. 

Assim sendo, cada educadora realizou uma sondagem sobre o quê as crianças sabiam e sobre o quê queriam saber, introduzindo assuntos através de conversas (roda), atividades e brincadeiras. A realização de “experiências”, e o estudo sobre o que é ser cientista foram os grandes detonadores. Além disso, para dar continuidade ao processo, elaboramos outras atividades detonadoras: passeio  no departamento de química da UFMG, apresentação de uma história sobre uma criança que queria ser cientista.

Nós educadoras também nos preparamos para trabalhar com o tema, realizando inicialmente uma pesquisa bibliográfica. Fizemos algumas leituras, visitamos alguns sites, realizamos alguns debates. Também começamos a freqüentar um grupo de pesquisa chamado APRECIEI —  Aprendizagem de Ciências na Educação Infantil, do qual participavam algumas educadoras de escolas públicas e era coordenado por Maria Inês Mafra (FAE/UFMG) e Arnaldo Vaz (COLTEC/UFMG).

Um dos nossos principais referenciais teóricos nesta preparação foi:

KAMII, Constance, DREVIES, Rheta. GOULART, Maria Cristina R. (trad.) O conhecimento Físico na Educação Infantil — implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

Esta obra nos ajudou a compreender o que são atividades de Conhecimento físico, por quê utilizá-las, os objetivos e os princípios de ensino. As questões “Como planejar uma atividade de conhecimento físico?” “Como introduzi-la?” “Como interagir com as crianças durante a atividade?” “Que tipo de Acompanhamento é importante?” foram trabalhadas e nos ajudaram a entender melhor como trabalhar com este tema.


Então, anota aí...
Para iniciar o trabalho com o tema ciências você precisa:
  • pesquisar
  • construir uma fundamentação teórica
  • discutir o tema com a equipe de educadores
  • definir metas, objetivos, metodologia
  • seduzir o grupo de alunos

MUITAS IDEIAS:
 Construção de um laboratório na escola

Um dos empreendimentos do Projeto CDC: Criança Descobrindo Ciência, foi a construção do Laboratório que seria mais um espaço para se “fazer ciência”. Ou seja, o Laboratório foi construído para somar e não para aprisionar, pois as experiências não acontecem somente neste local, mas em todos os espaços da nossa escola (sala de aula, pracinha, parquinho, gaiolão, cozinha, etc). Não tivemos uma referência teórica específica sobre o uso do laboratório como recurso didático, inicialmente pensamos neste espaço como um local  de referência para as crianças.

Como este era um empreendimento das turmas do 3º período de 2004, envolvemos todas as famílias na construção deste espaço. A mãe de um dos alunos, que era arquiteta, se prontificou a fazer o layout do laboratório e acompanhar as obras. Utilizamos uma das salas que já tinha na nossa escola, onde foi feita uma reforma.

Todos (crianças, educadoras, famílias, etc.) estavam ansiosos para ver o laboratório pronto, mas tivemos alguns desafios:

1º Desafio: para se fazer qualquer obra devemos pedir autorização para a arquiteta responsável pela construção da nossa escola. O que despendeu muito tempo: fazer o contato, verificar sua disponibilidade, enviar o layout, obter respostas, etc.

2º Desafio: todas as obras que são feitas na escola dependem também da aprovação do Conselho Diretor, que verifica a disponibilidade de verbas, prioridades, etc.

3º Desafio: após todas estas aprovações, deve-se fazer um levantamento dos materiais que serão utilizados na reforma e fazer no mínimo 3 orçamentos. Também é preciso verificar junto ao  departamento de obras da UFMG, a possibilidade de liberação de mão-de-obra.

4º Desafio: Apesar da sala escolhida ser sub-utilizada, encontramos algumas resistências para a utilização do espaço.

Com tantos desafios, burocracias e morosidade, nosso laboratório ficou pronto no mês de setembro. Mas valeu a pena, as crianças curtiram muito o espaço. Então tínhamos mais um desafio: o espaço estava pronto, mas precisávamos equipá-lo. Sabíamos que a escola não teria verbas para isso.

Foi aí que surgiu uma boa idéia: vamos fazer um “chá do Cientista" (como os tradicionais chás de panela). Antes de realizar o evento fizemos um levantamento dos materiais mais utilizados em experiências com esta faixa etária, e também dos materiais de uso corrente em laboratórios escolares. A lista destes materiais constituía os presentes que as famílias poderiam dar aos cientistas. Ela foi afixada no mural das turmas, onde cada família deveria escolher, colocando o nome da criança, para evitar repetições. O chá aconteceu à noite e assim como nos chás de panela, houve um momento de confraternização, com “comes e bebes” (cada família contribuiu com um prato de salgado ou doce e suco)

O evento foi um sucesso! E os cientistas ganharam muitos presentes. Como o grupo de pais destas turmas era composto por um número razoável de cientistas de diversos departamentos da UFMG, também recebemos doações de equipamentos como microscópios, lupas e outros equipamentos.

As turmas estavam orgulhosas de ver o Laboratório que eles ajudaram a construir e espalhavam a notícia para as outras turmas convidando-os para conhecer o “nosso” laboratório.

A utilização do espaço

Tivemos efetivamente 2 meses (outubro e novembro) de uso do laboratório, neste ano de 2004. Apesar do pouco tempo, o espaço foi bem utilizado pelas turmas e com certeza ficou marcado para todas elas o grande prazer de fazer ciências.

Em 2005, as turmas do 3º período, continuaram a  trabalhar com o tema Ciências, pois constatamos que as crianças se mostraram muito envolvidas com o tema e os nossos objetivos foram amplamente alcançados.

No entanto, neste ano de 2005, cada turma definiu o seu projeto. Na minha  turma, 3º período tarde, chamada de  turma  da Felicidade, o detonador  foi a realização de experiências no laboratório, um espaço que as crianças estavam ansiosas para conhecer.

A partir do Projeto de Integração Escola-Família, foi definido junto com a turma,  um cronograma  onde cada criança com a sua família apresentaria uma experiência para o grupo. O local seria o laboratório de Ciências, o que não excluía a possibilidade de se utilizar outros espaços. As famílias deveriam fazer uma pesquisa sobre o experimento escolhido, anotando o nome da experiência em um grande quadro afixado na porta da sala, para evitar repetições.

As famílias receberam um passo-a-passo que envolvia desde a pesquisa do experimento até a sua execução. Em uma das reuniões de pais eles apresentaram uma experiência para o grupo de crianças, para fazer um “aquecimento”. Tudo preparado, na data combinada as famílias realizavam o experimento, podendo se utilizar livremente dos materiais do laboratório. Interessante que muitos pais trouxeram novos materiais, que foram doados, enriquecendo ainda mais o nosso espaço.

No ano  de 2006, eu, Viviane, fiz uma auto-avaliação do Projeto, do tema e da utilização do laboratório:

Este seria o 3º ano de abordagem do tema, e eu não gostaria que fosse tudo “do mesmo jeito”, pois, quem me conhece sabe que criatividade e inovação é o meu lema. Então decidi que a apresentação de experiências pelas famílias (que aconteceu nos anos de 2004 e 2005) não iria acontecer da mesma forma (com dias específicos para cada família). Neste ano a participação das famílias se daria através da Feira de Ciências, que foi planejada para o 2º semestre.

Apesar do laboratório ser um espaço para utilização de toda a  escola, nem todas as educadoras o utilizam, então pensei em um projeto em que pudesse fazer uma divulgação deste espaço, mostrando que é possível utilizá-lo com outras faixas etárias e, principalmente, mostrar que é muito gostoso trabalhar com as Ciências.

Quando as famílias vêm à escola para apresentar a experiência, verifiquei que a maior parte das crianças se mostram envolvidas com todos os passos do experimento, mas sinto que o “comando” ainda está nas mãos do adulto. Ou seja, por mais que as crianças participem, os pais é que tomam para si a tarefa de apresentar a experiência. Em alguns casos a participação da criança foi mínima e em outros, ela não participou.

Depois destas reflexões eu tive a seguinte convicção: NÃO VOU FAZER TUDO DO MESMO JEITO. Então tive a idéia de montar juntamente com a turma um “Clube de Ciências”. A turma já estava muito envolvida com as experiências, então tive que “vender o meu peixe”. E eles compraram!! Adoraram a  idéia de ensinar para as outras turmas os experimentos. Veja como foi organizado o nosso projeto que chamamos “Clube da Ciência Turma da Magia”.




O Projeto Clube da Ciência, fpi realizado em uma turma de 3º período (faixa-etária: 6-7 anos) no Centro de Desenvolvimento da Criança — CDC UFMG, no ano de 2006.





objetivos do Projeto
A partir da realização de experiências e de pesquisas, o projeto teve por objetivo levar as crianças a desenvolverem atitudes de observação, de formulação de perguntas, solução de problemas, comparações de dados, formação coletiva e individual de  conclusões e explicações, confronto entre suas idéias e de outros colegas.
Desenvolvimento
O Clube de Ciências Turma da Magia, foi criado com o seguinte objetivo: realizar experiências com  crianças de diversas faixas etárias, ampliando o grupo de amizades da turma e divulgando o nosso laboratório. Neste clube os alunos da  turma da Magia são os “fundadores” e os alunos das  demais turmas são “sócios”. 
Como é feita a “proposta de adesão” ao clube?
Através de um convite feito pela turma e encaminhado para as demais turmas. Os dias e horários são previamente combinados entre as educadoras.
Como os Cientistas da Turma da Magia se preparavam?
Antes de  propor a experiência a turma da Magia aprendia  a fazer o experimento, para depois poder ensinar. Além disso conversamos um pouco sobre as características de cada faixa etária. Quando fizemos experiência com o berçário, por exemplo, conversamos sobre como  são as crianças, o que elas dão conta de fazer, como elas poderiam reagir ao experimento. Também fizemos algumas adaptações de materiais.
Como foram definidas as experiências?
A primeira etapa deste projeto foi fazer uma  pesquisa sobre os projetos desenvolvidos pelas outras turmas. Para isso, a turma foi dividida em grupos e cada grupo entrevistou uma turma, registrando os seguintes dados: nome do projeto, turma, educadoras, número de crianças e quem eram os pesquisadores. Estas informações serviram para orientar a nossa pesquisa sobre qual experimento seria realizado.
Como foi a participação dos sócios?
Os sócios gostaram  bastante das experiências. No início algumas crianças ficaram tímidas, mas com a intervenção dos cientistas da turma da Magia, que ensinavam  “como fazer”, logo, logo se deixaram levar pelo prazer da descoberta.  As carteirinhas de sócios, confeccionadas pelo grupo,  também fizeram o maior sucesso. 
Como tem sido a participação dos cientistas da Turma da Magia?
A turma se envolveu muito com o projeto: as crianças  fizeram  novos amigos,  se mostraram mais participativas, ensinaram as outras crianças o que aprenderam, enfim,  se sentiram “verdadeiros Cientistas”. Trataram as outras crianças com muito carinho e respeito.

A confecção do Jaleco do Cientista,  incrementou ainda mais a atuação destes Pequenos Cientistas. Desfilavam pela escola, com as mãos nos bolsos, despertando a curiosidade das outras turmas. Também adoraram divulgar suas pesquisas sobre os cientistas Importantes da Nossa história, no mural da escola.

REALIZAÇÃO DA FEIRA DE CIÊNCIAS



Este evento as crianças, juntamente com suas famílias, apresentaram os seus experimentos e pesquisas para toda a comunidade CDC.

ORIENTAÇÕES PARA AS FAMÍLIAS:
1º Passo
Fazer uma pesquisa junto com a criança sobre qual experimento será investigado e apresentado.
Lembrem-se: os trabalhos podem ser simples, desde que sejam criativos e façam sentido para as crianças.
Para incrementar a apresentação vocês podem confeccionar cartazes, folhetos, maquetes e “engenhocas”.
2º Passo
Assim que vocês concluírem as suas pesquisas, anotem o nome do experimento  no quadro que ficará afixado no mural das turmas da 1ª série.
É Interessante que não tenha repetições, por isso fique atento ao que as outras famílias escolheram.
3º Passo
Verificar quais os materiais serão necessários.
Atenção! Os equipamentos que não temos em nosso Laboratório, devem ser providenciados pela própria família.
4º Passo
Elaborar um resumo da Experiência destacando os seguintes dados:

ü       Nome da experiência
ü       Material utilizado
ü       Como fazer (passo a  passo)
ü       O quê acontece
ü       Por quê acontece
ü       Fonte de pesquisa
Este material será usado para construirmos uma “Experimentoteca”, que será uma coleção de todas as experiências realizadas pelas famílias.

Combinados Importantes:

Ø      É importante testar a  experiência antes da apresentação, para verificar o funcionamento dos materiais, as reações previstas, os imprevistos, o nível de dificuldade e, principalmente, se é uma experiência adequada para crianças.


Ø      É muito importante que a criança participe da execução da experiência (combinem o que cada um vai fazer);

Ø      Procurem dar explicações simples para os experimentos, facilitando o entendimento das crianças. Não fiquem presos a conceitos ou teorias, pois, nesta faixa etária o que importa é o prazer da experimentação e descoberta.

Ø      Favor não utilizarem produtos que ofereçam qualquer risco para as crianças, também é importante substituir, quando possível, objetos de vidro por plástico. 



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